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Mostrando postagens com o rótulo Rock

CUBANAJARRA (2005) - "QUERO TE VER GOZAR PELO CU" CAUSA POLÊMICA, DISCÓRDIA E QUASE O FIM DA BANDA

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CUBANAJARRA - 2005 - Paulo Anhaia volta pra produção e Lili entra como vocalista Vou contar uma história curta que desvenda o misterioso nome do disco: Paulão e eu fomos num show do “Made” em um bar no Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Começamos a beber e o barman, cansado de fazer tanta cuba, pegou a jarra do liquidificador encheu de rum com coca-cola, gelo e limão e deu pra gente. Tomamos a jarra, demos pra galera quando fomos fazer uma participação no show. Enfim, a cagada toda. Cheguei em casa mal, vomitei, quase morri e jurava pra minha mulher que só tinha tomado um drink. Ela ficou preocupada, achou que eu tinha sido envenenado, queria me levar pro hospital. Eu não estava mentindo, foi um drink, só não falei que era uma jarra de cuba. Daí nasceu o nome do navio pirata. Era uma época que a pirataria estava tomando conta da indústria e, como a gente vivia muito à margem dela, resolvemos embarcar nesse navio e piratear também! Paulão de capitão pirata do Cubanajarra ...

COM A CABEÇA NO LUGAR (2003) - ERA TANTA BEBIDA QUE A GENTE NÃO LEMBRAVA ONDE TINHA DEIXADO A PORRA DA CABEÇA!

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No começo de 2003, depois de uma pré-produção longa, começamos a gravar o que seria nosso quarto disco de estúdio e o segundo totalmente produzido pela nossa gravadora Gabaju Records. Fizemos uma pré na casa do Lips, nosso baterista na época, em Guarulhos sem a presença do Paulão. Foi uma decisão de todo mundo. Paulão detesta ensaiar então ele e eu passamos todas as músicas com a banda, escolhemos o repertório e acertamos o que queríamos de cada música. Os arranjos finais foram feitos sem a presença do vocalista. Entre o final da pré e o começo das gravações aconteceu um fato triste. Cláudia Lino e Lips tiveram uma briga muito feia que nos levou a tirar nossa vocalista da banda. Devo dizer que me arrependo profundamente dessa decisão. Devia ter me esforçado mais para contornar a situação e o que se seguiu depois aumentou ainda mais esse peso. A substituta na época era a Roberta que ficou por pouco mais de um ano na banda e também saiu. Suas gravações no disco são sofríveis. Eu ...

REVELLION 2001 – Que porra é um CD-ROM?

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Uma pergunta pertinente. Afinal que porra é um CD-Rom? É bem simples, o CD Rom é uma mídia interativa que não chaga a ser um DVD, porém que roda nos computadores que ainda têm um leitor da CD. No começo de 2001 nós resolvemos lançar essa ideia “genial”. Não lembro de outra banda ter feito um produto igual. Puder, a gente devia esta bem bêbados quando resolvemos fazer essa coisa estranhosa. Nosso quarto CD, na verdade é um CD-Rom. Tinha de tudo. Um catálogo de fotos, músicas cifradas dos três primeiros discos, todos nossos clips, um jogo de strip-tease onde uma garota tira a roupa de acordo com que você vai acertando as perguntas e uma surpresa final, tudo isso em uma animação feita sobre desenhos do Ale Araújo. Isso tudo com comentários engraçados ou sem sentido nenhum dos membros da banda. Juro, eu vi o CD-Rom antes de escrever, tinha esquecido o que era! Pra finalizar gravamos 9 músicas de carnaval, quase todas virariam clássicas no nosso show carnavalesco. Tinha, ent...

SR SUCESSO (1999) - O primeiro lançamento da nossa própria gravadora

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Em 1998 a gente entrou em estúdio pra começar a gravar um novo trabalho. Olhando para trás fico impressionado com a capacidade de produção que a gente tinha na época. Mal acabava um tour e já tinha outro disco pronto. Capa e personagens feita pelo Ale Montandon, logo da banda de André Dias. O grande lace desse disco foi a pré-produção inteira feita num sítio do pai do nosso baterista Lips, que ficava perto de Riacho Grande, interior de São Paulo. A gente passou um tempo compondo algumas coisas, arranjando outras e, principalmente, tocando juntos. Foi uma época boa. A gente tocava o dia todo e depois saia pra beber. Tinha um barco, numa represa perto do sítio que também era um bar. Apelidamos o lugar de Porky’s em homenagem ao filme de 1982. Quando chegamos com as músicas prontas pra dar uma passada em tudo no estúdio do Fabinho Haddad, no Tatuapé, descobrimos que não tínhamos mais baixista. O Edu Lucena simplesmente saiu da banda e só avisou anos mais tarde, mas essa é outr...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - CORRENDO 8 KM PARA ENSAIAR COM AS VELHAS

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Ensaios para o 1º Disco - 1994 Ilustração anterior ao 1º CD de Alexandre Montando Em 1994 começamos a ensaiar para gravar o primeiro CD. Resolvemos juntar a grana, Paulão, Lips e eu, para pagar estúdio e o nosso produtor: O estreante Paulo Anhaia. O Caio não tinha como colaborar. Era o mais novo, com maiores dificuldades financeiras. Aliás, dificuldades financeiras é uma característica dessa banda. Lembro até hoje que o Paulão tinha (em se tratando do Paulão pode ser que tenha ainda) uma agenda onde ele anotava as dívidas que a banda contraiu com cada um e sei que uma parte desse primeiro disco não foi paga até hoje! Pra ter uma ideia das complicações daqueles tempos vou contar como eram os ensaios. O Lips morava numa casa em Guarulhos com uma edícula nos fundos e no alto. Um lugar pequeno, mas que cabia a banda e não atrapalhava ninguém. A gente podia deixar o equipamento todo montado. Eram amplificadores ruins, uma mesa de seis canais horrorosa e microfones péssimos. Enf...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - ANOS 90 - UM GUITARRISTA MENOR DE IDADE

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Caio Andrade nos anos 90 Com a saída do Fabiano Pimenta a banda tinha um novo tipo de problema pra resolver. Não era um baterista que a gente precisava, agora era um guitarrista. Não deu tempo de achar ninguém, os shows continuavam e a gente não queria perder nada. Pintou um show no Victoria Pub, no bairro dos jardins em São Paulo. As bandas de trabalho próprio tocavam no porão da casa, na parte de cima tocavam bandas de covers mais clássicas. Assim as bandas tinham que levar seu público. Lembro de ter assistido naquele mesmo porão uma banda estreando em São Paulo que gostei muito chamada Paralamas do Sucesso. Naquele show das Velhas, quem tocou foi um xará do nosso antigo guitarrista, esse de nome Fabiano Jimenez (o Fabá como era conhecido), que na época tocava com os Anjos dos Becos e hoje é um produtor e músico conceituado. Na plateia do show do Victoria estava Caio Andrade, que viria a ser nosso guitarrista durante muitos anos, mas a gente ainda não sabia. Ele foi com o pai...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Anos 90 – Perdemos um Guitarrista e uma Bailarina ao mesmo tempo

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Formação 1990 - Lips, Paulão, Cavalo e Fabiano - Foto de Marcia Lima Essa formação durou por três anos. Foi de 1990 até final de 1993 ou começo de 1994, se não me falha a memória. Esse período foi marcado por muitas novidades dentro da banda. Entre elas a definição do estilo e da temática que iríamos abordar dali pra frente. Nosso atributo principal era a diversão. Devíamos pensar em letras informais, espontâneas e debochadas. O Paulão era e é o principal compositor das Velhas e começamos a tirar músicas que faziam parte do antigo repertório para colocar outras mais condizentes com o que a gente queria. O jeito de tocar seguia essa mesma fórmula. Depois de tantos bateristas e com o Lips, que não era lá muito técnico, acabamos arranjando as músicas de uma forma bem simples para que ele pudesse tocar e, se desse errado com o Lips, qualquer batera que entrasse, com o mínimo de ensaio poderia sair tocando o repertório. Isso aí, letras divertidas e som bem simples e reto. Foi as...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - O roubo de um pedal põe fim na banda. VELHAS ANOS 80

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Depois de muitos bateras (mais de dez passaram pela banda) encontramos uma dupla. Fabiano estudava comigo na FAAP e tocava guitarra muito bem. Tinha um amigo batera que também chamava Ricardo. Mudamos a banda para um quinteto e o Paulão começou a tocar gaita. Quando isso acontecia eu ia para o baixo. Hoje é banal, mas na época foi uma solução interessante. Essa formação durou uns poucos meses e rendeu a gravação de Selvagem do Asfalto, música que iria entrar, anos depois no nosso segundo disco. Logo os dois músicos viram que não dava pra continuar com a gente e saíram. Ricardo foi passar um tempo fora e Fabiano hoje é um grande artista plástico e continua tocando guitarra muito bem. Infelizmente não temos fotos deles nessa época. Selvagem do Asfalto - Música do Paulão gravação de 1989 Me lembro de um show no Blue Note na Zona Sul de São Paulo que foi marcante. Celso deixou o palco sob poucos e frios aplausos. Paulão iria finalizar o show cantando uns blues. Quando ele co...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - MAIS DE 30 ANOS DE BANDA E AINDA ESTAMOS TOMANDO MAIS CERVEJA QUE REMÉDIO. ENTÃO FLUTUA!

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MAIS DE 30 ANOS DE BANDA E AINDA ESTAMOS TOMANDO MAIS CERVEJA QUE REMÉDIO. ENTÃO FLUTUA!                                 A atual música mais tocada na Van das Velhas Virgens é “ Flutua ”. Um Blues de Johnny Hooker (part. Liniker). E você me pergunta o que essa informação tem de relevante?                 Pra vocês Velhas Virgens podem não ter nada a ver com uma música que fala abertamente de homossexualismo, mas pra nós é o indicativo do ótimo momento de quem de liberdade que a música atravessa mesmo com todo o patrulhamento ideológico e artístico que vivemos. Isso se reflete diretamente no nosso trabalho que versa sobre liberdade. É uma música de quem está feliz, de quem é livre e é um blues!           ...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Filhos e o rock’n’roll

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Lemmy do Motorhead falava que, se você quer ter uma banda de rock, o melhor é não ter família. Ele tinha muitas razões pra dizer isso. Família faz você querer ficar mais em casa enquanto a banda de rock precisa que você viaje bastante. Família traz responsabilidades que não condizem com as responsabilidades com a banda. Família deixa você sensível demais. Entre outras muitas razões. No final das contas a gente acaba casando e fazendo uma família, indo contra as regras do Lemmy. E essa família tende a crescer. Uma hora os filhos chegam. O meu filho vai fazer 10 anos em agosto de 2017 (escrevo esse texto perto do aniversário dele). O cara me dá muitas alegrias e me faz pensar e repensar a vida. Me tira completamente da zona de conforto. Me faz correr atrás de um monte de coisas. Se eu estaria mais tranquilo sem ele? Óbvio que sim. Se minha vida seria mais fácil sem ele? Claro que sim. Filho demanda tempo, disposição, participação, amor, dedicação, companheirismo, educação e ta...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - A música é uma droga

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Workchopp na Cervejaria Invicta - Lançamento da Greenie A música é uma droga. Das pesadas! Poderosa e altamente viciante. Faz você aprontar qualquer coisa pra ter uma hora e meia de prazer no palco. Penso sempre nisso quando faço coisas como esse final de semana. Fomos lançar mais um rótulo de cerveja na https://www.invictacervejaria.com.br/  que fica em Ribeirão Preto. Uma receita do Tuca Paiva, rótulo da https://www.juvechidesign.com/  e do  http://webersonsantiago.com/ Workchopp na Cervejaria Invicta -  Lançamento da Greenie Não é tão longe, mas a gente ficou em torno de 10 horas em uma van. Foram cinco pra ir e outras cinco na volta. Lembrando que estou indo pra 50 anos e o Paulão já passou. Fomos, bebemos feito uns camelos, conseguimos até tocar (somos uma banda ruim quando sóbrios, mas não conheço banda que toque melhor bêbada, são anos de prática). Nesse ponto entra a droga da música. É ela que faz você acordar cedo, entrar num carro e andar...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - O piano de Benito

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Lançaremos nosso novo DVD em julho de 2017. Músicas antigas, nosso passado revisitado de uma forma vigorosa. A novidade fica por conta de uma versão que fizemos da “Última partida de bilhar”, letra do Paulão que eu fiz a música. Temos um convidado muito especial tocando piano: Benito di Paula. Benito é dono de versos maravilhosos que todo mundo conhece e de muita musicalidade: “Em retalhos de cetim, eu dormi o ano inteiro e ela jurou desfilar pra mim.” Se eu fizesse “Retalhos de cetim” não dava nem bom dia pra ninguém. O Benito estava lá, gravou animadíssimo, fez um solo de piano matador, brincou, contou piada e demos boas risadas. Juro que bateu uma ponta de inveja daquele senhor de mais de 75 anos que virava um garoto quando ia pro piano. Parece que ele crescia e se avultava enquanto as notas e acordes fluíam dos dedos para as teclas. Resolvemos, depois disso, ensaiar "Retalhos de cetim", numa versão Blues e colocar no novo show em homenagem a ele. Ficou fant...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - A covardia dos que querem viver

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Em julho de 2017 iremos lançar o 5º DVD de show ao vivo das Velhas Virgens. Esse foi gravado no Love Story, uma ideia que a gente vinha acalentando fazia muito tempo e agora se tornou realidade. Apesar da alegria do novo rebento, sentimentos muitos distintos e contraditórios se afloram em mim. Por um lado tem o meu orgulho particular de fazer parte de um belo trabalho. O disco está com ótima produção de som, luz e imagem., Está bem tocado, dentro dos nossos parâmetros, é claro, Tem show de lançamento marcado, data de estreia na TV, projeto para youtube e mídias digitais pronto. Tudo muito correto e contemporâneo. Por outro lado ficou uma sensação finalizar um ciclo. Confesso que fiquei bastante assustado. Nunca tinha pensado nisso seriamente, mas será que chegou a hora de parar? Será que já cumprimos nosso papel e agora temos que partir pra outras aventuras? Estou chegando nos 50 anos, uma idade em que não sou um completo velhote, mas estou longe de ser um garoto no auge da forma...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Tudo tem um começo

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Em 1983 eu era um garoto de 14 anos que já tinha comprado os seus primeiros discos de rock. A verdade é que disco era caro pra caralho e eu tinha dois que ouvia a exaustão: The Game do Queen e o Led IV. Meu pai ouvia Edu Lobo, Tom e toda aquela rapaziada da Bossa Nova. Nunca gostou muito de rock. Ele não entendia muito bem esse meu lado mas deixava o filho a vontade. Eu estudava violão erudito naquela época. Ouvir rock'n'roll era a única transgressão que eu fazia. Ia bem na escola (já ouviu dizer que muitos músicos são nerds? Pois é. Verdade!) Foi nesse ano que fui assistir ao primeiro show do Kiss no Brasil e isso mudou definitivamente minha vida. Eles vinha fazer a tour "Creatures of the night" - clip que eu assistia sem parar nos raríssimos programas de música na TV (vida pré MTV). O que vi e ouvi naquela noite foi um experiência que tento buscar até hoje nos shows. Sai do estádio certo que eu devia montar uma banda de rock. Mas como fazer um espetácul...