SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Anos 90 – Perdemos um Guitarrista e uma Bailarina ao mesmo tempo
Formação 1990 - Lips, Paulão, Cavalo e Fabiano - Foto de Marcia Lima |
Essa formação durou por três anos. Foi de 1990 até final de 1993 ou começo de 1994, se não me falha a memória.
Esse período
foi marcado por muitas novidades dentro da banda. Entre elas a definição do
estilo e da temática que iríamos abordar dali pra frente. Nosso atributo
principal era a diversão. Devíamos pensar em letras informais, espontâneas e
debochadas. O Paulão era e é o principal compositor das Velhas e começamos a
tirar músicas que faziam parte do antigo repertório para colocar outras mais
condizentes com o que a gente queria.
O jeito de
tocar seguia essa mesma fórmula. Depois de tantos bateristas e com o Lips, que
não era lá muito técnico, acabamos arranjando as músicas de uma forma bem simples
para que ele pudesse tocar e, se desse errado com o Lips, qualquer batera que
entrasse, com o mínimo de ensaio poderia sair tocando o repertório.
Isso aí,
letras divertidas e som bem simples e reto. Foi assim que começamos a fazer
mais shows numa época de muitas bandas covers, mas também de muitos locais
interessantes pra tocar. A noite de São Paulo fervilhava no começo dos anos 90
e aproveitamos bem isso. Lugares como Aeroanta, Dama Xoc, Garagem Rock e tantos
outros viraram ponto de encontro das bandas nacionais. Todo mundo passou a
tocar nessas casas.
Fizemos uma
nova Demo com 3 músicas. Tinha Blues à perigo, Vamos Beber e De Bar em Bar pela
Noite. Entramos no Rac Estúdios no inverno de 1993 sob a batuta do produtor
Geraldo D”Arbily que tocou n’O Peso, banda dos anos 70 e estava produzindo
gente como IRA!, Inocentes etc. Entramos, gravamos, brigamos dentro do estúdio
(que depois seria uma tônica nas gravações) e o D’Arbily ficou tão louco no
final das gravações que deu uma desmaiada no estúdio.
Encarte do K7 de 1993 |
Foto do K& de 1993 do Fernando Bellinelo |
Adotamos as
bailarinas nessa fase. Amigas da gente que convidávamos para dançar ao som de “Blues
à Perigo” nos shows. Tiveram muitas e não vou citar todos os nomes aqui pra não
cometer a injustiça de esquecer alguém ou de alguma delas não querer tocar no
assunto, o que vou achar bastante razoável já que fazemos coisas na juventude
que nos arrependemos.
Era um dos
pontos altos dos shows. Aquelas garotas entrando em cena e dançando com roupas
sensuais. Na época a gente não tinha a menor noção de que iria ter uma
vocalista na banda poucos anos depois.
Não me
lembro ao certo, mas deve ter sido no final de 1993 ou começo de 1994 que Fabiano nos comunicou que
iria cair fora. Ele era agrônomo e seu trampo no interior de São Paulo inviabilizava shows que não fossem sexta e sábado. Ele sentiu que a banda
estava começando a andar e ele atrapalhava. A gente tinha, e apesar de longe
ainda temos, muita amizade e ele foi franco conosco. Falou o que estava se
passando e nós compreendemos. Ficamos tristes pacas, foi dolorido, o Fabiano era
muito mais que um guitarrista, era um companheiro de batalha.
Perdemos
junto com ele uma das nossas “bailarinas”. Fabiano e Elis começaram a namorar e
logo ela saiu pra continuar a vida ao lado dele no interior. Estão casados, têm filhos, bichos e estão felizes até hoje. Sempre que dá nos encontramos. A única imagem que temos dos
dois juntos está nesse clip gravado com cenas do Aeroanta em 1993, produzido
pelo Ségio B. da SBJ produções.
Um problema
novo. Não era um batera que a gente procurava dessa vez e sim um guitarrista.
No próximo capítulo vai aparecer a formação que mais gravou discos das Velhas
Virgens!
Que delícia ler e lembrar dessa fase!! Adorei fazer parte, foi por pouco tempo mais foi inesquecível!! Eu adoro contar essa história, de como começou meu relacionamento com o Fabiano!! Esse clipe e nosso começo..... Seduzi ele aí e deu muito certo.... Kkkkk estamos felizes até hoje!!!
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