FOI BOM PRA VOCÊ? (1995) – Uma breve história por trás do primeiro disco.
Em 1994 a
Banda das Velhas Virgens (sim, esse era o nome completo), era formada por
Paulão de Carvalho, Alexandre Cavalo Dias, Lips Like Sugar e Caio Andrade.
Ensaiamos um
bocado na casa do Lips, onde montamos um estúdio improvisado, em Guarulhos, na
grande São Paulo. Juntamos a grana pra pagar o estúdio e o produtor. O Caio não
participou do rateio. Ele era o mais novo e ainda não tinha condições de nos
ajudar. A ideia era ir abatendo esses valores de acordo com os shows. Isso
aconteceu parcialmente, o Paulão ainda deve ter as contas do quanto a banda
ficou devendo pra cada um.
A escolha do
produtor recaiu sobre um novato. Paulo Anhaia só tinha feito uma demo legal
para o Party Up (que depois viria a se chamar Toy Shop). Ele era um cara
interessante, confiável e com ótimo ouvido, apesar da pouca experiência. E o
melhor de tudo, era o que a gente poderia pagar. Fechamos o pacote com ele e o
estúdio 43 na Zona Norte e fomos gravar.
A música que
a gente fazia e ainda faz, é um rock reto, meio punk, misturado com pitadas de
blues. Olhando hoje, com a experiência de outras tantas gravações, considero
aquela uma das mais tranquilas que tive. A gente vinha tocando as músicas que
entraram no disco havia algum tempo. Entramos no estúdio com nenhuma
experiência (só demos ruins do passado), mas muita vontade e esperança. Quando
uma banda entra pra fazer um disco ela tem que acreditar demais no trabalho,
caso contrário não vale a pena fazer.
Convidamos
alguns artistas que a gente era muito fã pra participar. A Rita Lee mandou um
fax com palavras muito gentis que acabaram no encarte do CD.
Marcelo Nova
e Edu Araújo toparam a parada. Marcelo fez um pouco de doce, mas depois a gente
criaria uma amizade que permanece até hoje. Um cara foda e uma participação
inesquecível. Edu Araújo cantou a música com uma garra que o Paulão teve que
voltar e fazer a parte dele de novo.
Outro
convidado também muito especial foi o Oswaldo “Rock” Vecchione do Made In
Brazil que cantou “Minha Vida é o Rock”n”roll”, música que é dele, mas que por
muito tempo as pessoas acharam que era nossa. Pitt Passarel, do Viper, cantou e encantou em "Excesso de Quórum".
Carlinhos
Anhaia, um puta guitarrista irmão do Paulo Anhaia, participou tocando em “E o
que é que a gente quer?”, Tatu e Marcinho Alves, ambos da banda contemporânea
das Velhas, chamada Anjos dos Becos também participaram. E os pinaos ficaram por conta de Mario Ribeiro.
Tudo correu com relativa tranquilidade, um ou
outro problema na produção que o Paulo Anhaia resolveu com maestria. A grana
desse disco ajudou a pagar o parto do filho do Paulo Anhaia. Podemos nos
considerar padrinhos desse rapaz!
Os problemas
realmente começaram quando a gente caiu na armadilha de fechar com uma pequena
gravadora do sul que se chamava Prize Records e cujo dono era um vigarista
incorrigível. Ele conseguiu colocar 3 páginas de lançamento na extinta revista
Bizz, música tocando na 89 e outdoors pela cidade. Tudo isso sem desembolsar um
tostão sequer. Só esqueceu-se de um detalhe. Nenhuma fábrica de CD liberaria o
produto sem o devido pagamento. Foi
nesse ponto que seu plano começou a desmontar. Com toda a divulgação rolando e
sem disco pra lançar não havia como ter dinheiro pra pagar os muitos rolos que
ele vinha fazendo.
No final
Paulão e eu juntamos grana e conseguimos liberar os discos com a ajuda de um
amigo na fábrica de CDs e contando com mil garantias o disco foi pra praça,
atrasado quase 1 ano. Eram 11 mil CDs e 2 mil fitas K7.
O resultado
foi desastroso pra nós. Ficamos presos por contrato por dois anos com o canalha.
A revista e a rádio acharam que quem estava devendo era a gente. Ganhamos uma
injusta fama de dar calotes. Foi um inferno. Quase acabamos com a banda. Eram
tantos problemas, cobranças e a gente ainda tinha que tocar o barco, fazer
shows se quisesse manter a lance da música vivo.
Foi um
começo bem difícil. Uma prova de fogo que espero nunca mais ter que passar.
Hoje e não teria saúde pra encarar outra roubada igual aquela. Dentro da banda
encontramos apoio e foi essa amizade que nos guiou em frente. Apesar do caos,
das dívidas, todos os problemas deixaram a banda viva no cenário do rock
efervescente de São Paulo. Começamos a nos profissionalizar.
Em 1998 montei
a Gabaju Records, gravadora só pra fazer as coisas das Velhas e relancei o
primeiro CD que estava esgotado. Ele ficou no catálogo por quase 20 anos e
agora está no digital em todas as plataformas.
Remasterizado por Fabio Haddad que também produziu a faixa bônus em espanhol!
Remasterizado por Fabio Haddad que também produziu a faixa bônus em espanhol!
As duas
garrafinhas são uma criação coletiva, mas quem deu a forma final foi o
Alexandre Montando, pintada pelo Marco Cortez. O ale também fez as fotos do encarte. Durante anos elas eram mais
conhecidas do que a banda!
Lançamento 1994 |
Relançamento 1998 |
E aí galera das velhas virgens meu nome é Claudinho Bairro Casa verde zn fiquei muito feliz por vocês terem visto um vídeo meu saindo de um show de vocês mais como adoro voceis a anos queria saber da Claudia acho que a primeira vocalista da banda ..... eu sou apaixonado pela voz performance e o jeitão debochado dela cantando Abre essa pernas...
ResponderExcluirOk abraços amigos .... fui no Carnaval de vocês também foi Du karvalho..... e obrigado pelas casquinhas kkkkklĺ