Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Guitarras

CARNAVELHAS (2004) – AME OU ODEIE, MAS DEIXA A GENTE EM PAZ COM NOSSO CARNAVAL!

Imagem
CARNAVELHAS - LANÇADO EM 2004 Esse é um projeto longamente acalentado por mim e pelo Paulão, controverso em relação aos fãs: há quem goste e entende a proposta e há quem ache uma grande merda. Ainda estamos numa democracia e cada um pode achar o que quiser, aliás a liberdade de opinião e expressão sempre fizeram parte do nosso discurso. O fã tem a liberdade pra achar o que quiser, e nós nos damos a liberdade de discordar. A verdade é que adoramos o carnaval. Um momento de libertação, de festa popular, loucura, bebidas, gente com pouca roupa, enfim, é a nossa opinião e não precisa ser a de mais ninguém. Dito isso vamos ao que interessa. O Paulão compôs a primeira marchinha em meados dos anos 90, inspirado pela versão marcha de carnaval de Mary Lou do Ultraje. A música era “Marcha do Tira Roupa”, que está no show de carnaval até hoje.   Eu podia dar vários motivos para uma banda de rock se meter no carnaval, mas vou direto ao ponto: Banda de rock não trabalha janeiro e fever...

VOCÊS NÃO SABEM COMO É BOM AQUI DENTRO!! (1997) – Gravando "Abre Essas pernas" e outras sacanagens.

Imagem
Para falar desse disco eu preciso voltar um dia antes de entrarmos em estúdio, quando fizemos um show junto com Raimundos em Guarulhos em homenagem aos Mamonas que tinham acabado de sofrer o acidente fatal. Resumindo, o Paulão tomou todas e entrou muito louco, derrubou o amplificador dos Raimundos, não conseguiu fazer o show e ainda caiu de um palco alto duas vezes. A plateia adorou, mas a 89 FM que estava fazendo o evento não gostou nada daquilo. A gente já tinha criado o maior caso por conta da outra gravadora que deu calotes mil e com mais essa, nossa música “Só pra te comer” que estava na rádio foi cancelada. No outro dia tive que ir buscar o Paulão no apartamento dele. Não conseguia nem colocar a cueca de tão dolorido que estava. No dia anterior, movido a álcool, Paulão não sentiu os danos das quedas do palco, só que no outro dia ele estava cheio de hematomas. Com corpo tão dolorido que não dava pra se mexer. 1997 - Cavalo, Edu e Caio. No meio a Cláudia Lino e no outro lado...

FOI BOM PRA VOCÊ? (1995) – Uma breve história por trás do primeiro disco.

Imagem
Em 1994 a Banda das Velhas Virgens (sim, esse era o nome completo), era formada por Paulão de Carvalho, Alexandre Cavalo Dias, Lips Like Sugar e Caio Andrade. Ensaiamos um bocado na casa do Lips, onde montamos um estúdio improvisado, em Guarulhos, na grande São Paulo. Juntamos a grana pra pagar o estúdio e o produtor. O Caio não participou do rateio. Ele era o mais novo e ainda não tinha condições de nos ajudar. A ideia era ir abatendo esses valores de acordo com os shows. Isso aconteceu parcialmente, o Paulão ainda deve ter as contas do quanto a banda ficou devendo pra cada um. A escolha do produtor recaiu sobre um novato. Paulo Anhaia só tinha feito uma demo legal para o Party Up (que depois viria a se chamar Toy Shop). Ele era um cara interessante, confiável e com ótimo ouvido, apesar da pouca experiência. E o melhor de tudo, era o que a gente poderia pagar. Fechamos o pacote com ele e o estúdio 43 na Zona Norte e fomos gravar. A música que a gente fazia e ainda faz,...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - ANOS 90 - UM GUITARRISTA MENOR DE IDADE

Imagem
Caio Andrade nos anos 90 Com a saída do Fabiano Pimenta a banda tinha um novo tipo de problema pra resolver. Não era um baterista que a gente precisava, agora era um guitarrista. Não deu tempo de achar ninguém, os shows continuavam e a gente não queria perder nada. Pintou um show no Victoria Pub, no bairro dos jardins em São Paulo. As bandas de trabalho próprio tocavam no porão da casa, na parte de cima tocavam bandas de covers mais clássicas. Assim as bandas tinham que levar seu público. Lembro de ter assistido naquele mesmo porão uma banda estreando em São Paulo que gostei muito chamada Paralamas do Sucesso. Naquele show das Velhas, quem tocou foi um xará do nosso antigo guitarrista, esse de nome Fabiano Jimenez (o Fabá como era conhecido), que na época tocava com os Anjos dos Becos e hoje é um produtor e músico conceituado. Na plateia do show do Victoria estava Caio Andrade, que viria a ser nosso guitarrista durante muitos anos, mas a gente ainda não sabia. Ele foi com o pai...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA – Um baterista chamado “Lips Like Sugar” - Fim dos anos 80.

Imagem
"Lips Like Sugar" No final dos anos 80 a banda tinha acabado. O legado era uma demo com músicas mal gravadas e muitas brigas. Rancores de todos os lados, frustração dos anos perdidos. Quando a poeira baixou, Paulão e eu marcamos de conversar, éramos amigos, não havia motivo para não nos falarmos. Estava difícil ficar sem tocar, então resolvemos voltar como uma dupla de violão, voz e gaita. Na primeira apresentação choveu tanto que tinha um rio passando no meio do bar com a plateia recorde de duas pessoas. Quando parecia que havia chegado ao fundo do poço a gente dava um jeito de cavar e afundar ainda mais. Nesse momento doloroso apareceu uma solução paliativa – que viria a se tornar definitiva – de onde eu menos esperava. Maurício Nóbrega, amigo da faculdade (sim nós fomos pra faculdade!) falou que tinha um baterista pra tocar com a gente. Marcamos um ensaio. Mario “Lips Like Sugar” Sérgio, apareceu para um ensaio e levou junto Fabiano Pimenta. Eles tocavam numa banda...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Filhos e o rock’n’roll

Imagem
Lemmy do Motorhead falava que, se você quer ter uma banda de rock, o melhor é não ter família. Ele tinha muitas razões pra dizer isso. Família faz você querer ficar mais em casa enquanto a banda de rock precisa que você viaje bastante. Família traz responsabilidades que não condizem com as responsabilidades com a banda. Família deixa você sensível demais. Entre outras muitas razões. No final das contas a gente acaba casando e fazendo uma família, indo contra as regras do Lemmy. E essa família tende a crescer. Uma hora os filhos chegam. O meu filho vai fazer 10 anos em agosto de 2017 (escrevo esse texto perto do aniversário dele). O cara me dá muitas alegrias e me faz pensar e repensar a vida. Me tira completamente da zona de conforto. Me faz correr atrás de um monte de coisas. Se eu estaria mais tranquilo sem ele? Óbvio que sim. Se minha vida seria mais fácil sem ele? Claro que sim. Filho demanda tempo, disposição, participação, amor, dedicação, companheirismo, educação e ta...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Primeiras Guitarras

Imagem
Nos anos 80 começou o processo de redemocratização do Brasil. Os militares finalmente estavam entregando o osso. A censura também foi afrouxando. Dolphin num show com o Celso nos vocais. Tudo parecia melhorar, havia uma euforia no ar, um clima de liberdade estonteante. Montes de bandas saíram da garagem, casas de shows foram abertas, enfim, todo aquela história do rock dos anos 80 que todo mundo conhece. Apesar de tudo isso a gente tinha uma dificuldade imensa de comprar bons instrumentos e equipamentos para tocar. Depois de sofrer um bocado tocando com uma Jennifer, consegui minha primeira guitarra que afinava. Foi uma Dolphin. Presente da minha saudosa mãe. Foi uma das primeiras 100 guitarras fabricadas por eles.   Charvel durante as comemorações dos 15 anos do 2º CD. Levou algum tempo pra eu conseguir comprar uma outra. Não escolhi, fui escolhido por uma Charvel. Encontrei-a numa loja na Teodoro Sampaio. Ela estava toda suja, a alavanca mal posicionada...