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Mostrando postagens com o rótulo Velhas 30 anos

"O BAR ME CHAMA" (2020) - Uma pandemia entre as Velhas e o bar!

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Ilustração e Design de Ju Vecchi Ouça disco completo      Chegou a hora de fechar as histórias das Velhas, contadas através dos discos. Uma longa jornada de mais de 30 anos. Começando nos anos 80 e só dando uma pausa nessa pandemia.      Nesse intervalo lançamos duas coletâneas, uma com o melhor do Carnavelhas, " Do Jeito Que O Diabo Gosta ", somente no digital e outra com as nossas baladas e blues mais chorosos, " Correndo Pra Encontrar O Meu Amor ", em digital e físico. Ilustra de Weberson Santiago e Design de Ju Vechi      Em meados de 2019, a turnê dos 30 anos estava chegando ao fim e iniciamos as gravações do um disco novo.       Fazia muito tempo que não entravamos em estúdio pra fazer um álbum completo, apenas nos reunimos para regravações de duas músicas para nosso bloco de carnaval: “ Tromba do Elefante ” e “ Moreninha Linda ”.  Ilustração e Design de Ju Vechi Foto de Rafa Rezende e Design de Ju Vechi...

“AO VIVO NO LOVE STORY” – 30 Anos no puteiro! (gravado em 2016, lançamento 2017)

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Como eu disse no capítulo anterior, o ano de 2015 estava acabando e a banda junto com ele. Tudo parecia caminhar para um desfecho pouco glorioso de uma longa carreira quando a Ju Kosso veio conversar comigo. A ideia era achar outro empresário e tentar fazer algo grandioso para os 30 anos de banda que se aproximava. Me deu o telefone de um empresário de Jundiaí que trabalhava com alguns artistas grandes. Agradeci, mas não dei muita atenção. A gente estava tão acostumado a ouvir nosso antigo empresário menosprezar o trabalho da banda que não achávamos possível que houvesse interesse. Cansou de dizer que as Velhas era uma banda muito difícil de vender, que o trabalho era indigesto demais, que a gente só existia porque ele conseguia fazer o “impossível” com o que tinha na mão. Estávamos com a autoestima tão em baixa que nem nos perguntávamos “se o negócio era tão ruim porque não largava?” Isso servia também pra algumas pessoas que passaram pela banda, ficaram um tempo grande e depoi...

GARÇONS DO INFERNO (Coletânea) Em 2015 a banda estava morrendo e eu podia sentir os Garçons do Inferno vindo nos buscar

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Os 30 anos das Velhas ia se aproximando e a banda estava em franca decadência. Duro dizer que em 2015 parecia que havíamos chegado ao final do ciclo. Capa do "Garçons do Inferno" - Arte de Weberson Santiago e design Ju Vechi  Acredito que passar mais de 25 anos emendando turnê atrás de turnê, sem nunca tirar férias, sem parar de gravar, enfim sem parar de trabalhar, tenha minado as forças da banda, tolhido nossa criatividade. A gente envelhecia e a força física não era a mesma. Não me entendam mal. Fizemos o que podíamos, porém não tirar férias, não ficar um pouco longe um do outro tinha desgastado nossas relações como banda e amigos. Sem grana e sem a amizade de antes seria impossível continuar. Sempre achei que, ao chegar aos 30 anos de carreira, a gente teria prestígio e grana pra fazer um puta álbum novo e renovado, alguma coisa muito foda, louca e artística. A verdade é que chegávamos nesse ponto da carreira e não havia grana ou prestígio pra fazer merda ...

VOCÊS NÃO SABEM COMO É BOM AQUI DENTRO!! (1997) – Gravando "Abre Essas pernas" e outras sacanagens.

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Para falar desse disco eu preciso voltar um dia antes de entrarmos em estúdio, quando fizemos um show junto com Raimundos em Guarulhos em homenagem aos Mamonas que tinham acabado de sofrer o acidente fatal. Resumindo, o Paulão tomou todas e entrou muito louco, derrubou o amplificador dos Raimundos, não conseguiu fazer o show e ainda caiu de um palco alto duas vezes. A plateia adorou, mas a 89 FM que estava fazendo o evento não gostou nada daquilo. A gente já tinha criado o maior caso por conta da outra gravadora que deu calotes mil e com mais essa, nossa música “Só pra te comer” que estava na rádio foi cancelada. No outro dia tive que ir buscar o Paulão no apartamento dele. Não conseguia nem colocar a cueca de tão dolorido que estava. No dia anterior, movido a álcool, Paulão não sentiu os danos das quedas do palco, só que no outro dia ele estava cheio de hematomas. Com corpo tão dolorido que não dava pra se mexer. 1997 - Cavalo, Edu e Caio. No meio a Cláudia Lino e no outro lado...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Anos 90 – Perdemos um Guitarrista e uma Bailarina ao mesmo tempo

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Formação 1990 - Lips, Paulão, Cavalo e Fabiano - Foto de Marcia Lima Essa formação durou por três anos. Foi de 1990 até final de 1993 ou começo de 1994, se não me falha a memória. Esse período foi marcado por muitas novidades dentro da banda. Entre elas a definição do estilo e da temática que iríamos abordar dali pra frente. Nosso atributo principal era a diversão. Devíamos pensar em letras informais, espontâneas e debochadas. O Paulão era e é o principal compositor das Velhas e começamos a tirar músicas que faziam parte do antigo repertório para colocar outras mais condizentes com o que a gente queria. O jeito de tocar seguia essa mesma fórmula. Depois de tantos bateristas e com o Lips, que não era lá muito técnico, acabamos arranjando as músicas de uma forma bem simples para que ele pudesse tocar e, se desse errado com o Lips, qualquer batera que entrasse, com o mínimo de ensaio poderia sair tocando o repertório. Isso aí, letras divertidas e som bem simples e reto. Foi as...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - O roubo de um pedal põe fim na banda. VELHAS ANOS 80

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Depois de muitos bateras (mais de dez passaram pela banda) encontramos uma dupla. Fabiano estudava comigo na FAAP e tocava guitarra muito bem. Tinha um amigo batera que também chamava Ricardo. Mudamos a banda para um quinteto e o Paulão começou a tocar gaita. Quando isso acontecia eu ia para o baixo. Hoje é banal, mas na época foi uma solução interessante. Essa formação durou uns poucos meses e rendeu a gravação de Selvagem do Asfalto, música que iria entrar, anos depois no nosso segundo disco. Logo os dois músicos viram que não dava pra continuar com a gente e saíram. Ricardo foi passar um tempo fora e Fabiano hoje é um grande artista plástico e continua tocando guitarra muito bem. Infelizmente não temos fotos deles nessa época. Selvagem do Asfalto - Música do Paulão gravação de 1989 Me lembro de um show no Blue Note na Zona Sul de São Paulo que foi marcante. Celso deixou o palco sob poucos e frios aplausos. Paulão iria finalizar o show cantando uns blues. Quando ele co...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - GRAVAÇÕES RUINS E VOVÓ NO PALCO

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Cavalo, Rick e Paulão em show no Madame Satã (1988) Ainda com o Rick na bateria nós gravamos uma demo de oito músicas pra mandar para as gravadoras. Na minha cabeça era uma última chance para as Velhas Virgens. Estava vendo a mesma coisa que o Rick (batera). Andávamos em círculos cada vez mais concêntricos. Logo chegaríamos a lugar nenhum. O lance é que o único ali com dinheiro e estabilidade financeira para bancar um estúdio era o Celso (vocalista e irmão do Paulão). Ele é dentista e trocou um tratamento dentário dos dois produtores pela gravação das músicas. Tenho que admitir que, apesar de achar o Celso um equivoco como vocalista, fui levando e usando a participação dele na banda, enquanto me interessava. Foi bastante cretino da minha parte, mais uma das minhas muitas babaquices. Mas passado não dá pra mudar, só aprender com os erros, fazer as pazes consigo mesmo e andar pra frente. Fazer as pazes consigo mesmo é uma coisa muito nietzscheniana. Gostaria de dizer que conseg...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - UMA GAROTA CHAMADA CYNTHIA, PRIMEIROS SHOWS E MUITOS BATERISTAS (ANOS 80)

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Foto da primeira formação das Velhas tirada por Márcia Lima (1988) Uma de nossas primeiras apresentações como uma banda em 1986 foi em um palco grande, montado em cima dos vestiários do Colégio Santo Agostinho, na Vergueiro em São Paulo. Tinha um amigo baterista chamado Fábio que estava anos luz na nossa frente e tocava metal. Ele tinha um equipamento legal e pegou outras coisas de amigos e assim montamos um espetáculo para o colégio. Foi um dia de muito trabalho. As duas bandas tocaram e a galera curtiu os shows e a festa. Um pequeno festival. Os padres e diretores da escola não ajudaram, também não atrapalharam. Hoje vejo que foi um ato de confiança da parte deles. Nos deram a chance de sermos um pouco independentes correndo o risco de alguma encrenca. Talvez eles tenham pensado que aquilo podia, de alguma forma, ser didaticamente bom pra gente. E tudo correu bem para alivio dos padres e professores. Todos sabem que para banda iniciante é muito difícil arrumar shows. A gente pa...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - 1986 - Começo das Velhas Virgens e eu era um babaca arrogante

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Cavalo e Paulão em cima, Celso e Rick Primeira formação das Velhas Virgens Foi um ano depois do primeiro Rock in Rio. Nesses meados dos anos 80 muita coisa acontecia. Abertura política, diretas já, morte do Tancredo, bandas de rock pipocando de toda e qualquer garagem pelo país inteiro. O rock tinha assumido o protagonismo entre os ritmos musicais variados no Brasil. Havia muito dinheiro correndo das gravadoras para os meios de comunicação. Uma forma absolutamente institucionalizada de corrupção cultural que já vinha de décadas. Alexandre Cavalo nos anos 80. Pouco tempo antes (acredito que 83 e 84), no SESC Pompéia, tinha o Fábrica do Som, era o lugar para ver todos os shows legais. De Itamar Assunção a Premeditando o Breque, de Arrigo à Língua de Trapo. Ultraje, IRA!, Inocentes, Titãs e tantas outras bandas. Acho que me formei em rock nesse tempo. Ia no cinema ver o The Wall, Rock Horror Show, The Songs Remains the Same, Tommy, numa semana que era dedicada aos musica...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - MAIS DE 30 ANOS DE BANDA E AINDA ESTAMOS TOMANDO MAIS CERVEJA QUE REMÉDIO. ENTÃO FLUTUA!

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MAIS DE 30 ANOS DE BANDA E AINDA ESTAMOS TOMANDO MAIS CERVEJA QUE REMÉDIO. ENTÃO FLUTUA!                                 A atual música mais tocada na Van das Velhas Virgens é “ Flutua ”. Um Blues de Johnny Hooker (part. Liniker). E você me pergunta o que essa informação tem de relevante?                 Pra vocês Velhas Virgens podem não ter nada a ver com uma música que fala abertamente de homossexualismo, mas pra nós é o indicativo do ótimo momento de quem de liberdade que a música atravessa mesmo com todo o patrulhamento ideológico e artístico que vivemos. Isso se reflete diretamente no nosso trabalho que versa sobre liberdade. É uma música de quem está feliz, de quem é livre e é um blues!           ...