TODOS OS DIAS A CERVEJA SALVA MINHA VIDA (2014) – "O que seria do rock", "Pau no meu cu" e outras histórias.
Em 2013
resolvemos fazer um financiamento coletivo para fazer um disco novo. O
resultado foi demais. Quase 1000 pessoas participaram, mais de 150 mandaram
vozes para o coro de “Todos os dias a cerveja salva minha vida” que Paulo Anhaia
teve um trabalhão para mixar e ainda teve 11 loucos que vieram cantar uma
versão inédita de “Abre essas pernas” com a gente em estúdio durante as
gravações. Foi um momento ímpar para as Velhas.
Design do encarte de Ju Vechi e ilustrado por Weberson Santiago |
O problema
foi depois ter que enviar todas as recompensas, que incluíam 40 calcinhas da
Juliana Kosso que ela usou durante a turnê e a cada show ela autografava e
guardava, mais de 800 cds que forma enviados sendo que 10% disso voltava e eu tinha que procurar o fã que havia se mudado. Demorou mais de 3 meses, mas todos receberam suas recompensas. Um trabalho tão intenso que
prometi a mim mesmo nunca mais fazer outra coisa do tipo.
Um lance
legal que a gente não conseguiu dar continuidade eram as tirinhas. Meu amigo e
roteirista Kaled fez algumas e a Ju Vechi coloria. Ficaram bem legais, porém
não conseguimos manter as tiras, outros trabalhos nos tomavam tempo demais e
problemas pessoais das pessoas da banda atrapalharam o bom andamento do
projeto.
Roteiro e desenho de Kaled Kanbour e pintura digital de Ju Vechi |
] |
Logo sensacional da Ju Vechi |
O disco em
si é um trabalho fora da curva das Velhas. Considero um álbum de letras mais
tristes e doloridas, que refletiam o momento da gente. Músicas como “Meus
problemas com a bebida” (em cima de um texto do Mario Bortolotto), “Uma lágrima
no rosto”, “Eu era mais feliz quando era triste”, “Pau no meu cu”, diziam muito
da minha vida e a do Paulão, os dois principais compositores da banda. O disco
parece maduro, mas acho só triste mesmo. Estávamos envelhecendo e isso
transparecia na música, uma melancolia nostálgica nada saudável.
Com um bom
orçamento posso considerar esse CD o mais bem produzido, com convidados como Edgard
Scandurra do IRA! e Caio Andrade, da primeira formação das Velhas, sem contar
muitos músicos escolhidos para melhorar a qualidade da gravação. Ficou tudo
muito bonito, porém não era exatamente o que as pessoas queriam da gente, isso
não tem muita importância porque quase nunca fazemos o que querem da gente. Era
um momento de transição, precisava acontecer. Depois desse disco tudo iria mudar, inclusive o mundo
e havia passado da hora de tomar algumas decisões difíceis e duras.
Demoramos
pra enxergar as mudanças e essa falha quase custou a vida da banda. Os próximos dois anos
seriam cruciais para tentar dar a volta por cima dos inúmeros problemas que
aconteceriam logo depois da gravação desse disco. Mas essa é uma outra
história.
Grosso modo, foi exatamente isso...daqui menos de um mês será 2020...estamos lançando novo trabalho, de volta a estrada e, que mais não seja, felizes de novo...
ResponderExcluirMuito legal o texto. Muito legal o cd. Força e saúde para vocês sempre! Grande abraço, Antonio Lavacca.
ResponderExcluirMais do mesmo, faz tempo que as Velhas não fazem um álbum bom, o último foi o Sr. Sucesso, depois todos razoáveis e ruins.
ResponderExcluirDeveriam ter segurado o Caio, ele que dava a alma bluseira das VV,
Grande álbum...diferente dos demais, como sempre a banda fez. Quem venha mais!
ResponderExcluirQueremos mais histórias Cavalo!!
ResponderExcluirE sobre a saída do Roy? Um dia contara a história como contou no livro sobre a saída dos outros?
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