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SR SUCESSO (1999) - O primeiro lançamento da nossa própria gravadora

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Em 1998 a gente entrou em estúdio pra começar a gravar um novo trabalho. Olhando para trás fico impressionado com a capacidade de produção que a gente tinha na época. Mal acabava um tour e já tinha outro disco pronto. Capa e personagens feita pelo Ale Montandon, logo da banda de André Dias. O grande lace desse disco foi a pré-produção inteira feita num sítio do pai do nosso baterista Lips, que ficava perto de Riacho Grande, interior de São Paulo. A gente passou um tempo compondo algumas coisas, arranjando outras e, principalmente, tocando juntos. Foi uma época boa. A gente tocava o dia todo e depois saia pra beber. Tinha um barco, numa represa perto do sítio que também era um bar. Apelidamos o lugar de Porky’s em homenagem ao filme de 1982. Quando chegamos com as músicas prontas pra dar uma passada em tudo no estúdio do Fabinho Haddad, no Tatuapé, descobrimos que não tínhamos mais baixista. O Edu Lucena simplesmente saiu da banda e só avisou anos mais tarde, mas essa é outr...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - ANOS 90 - UM GUITARRISTA MENOR DE IDADE

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Caio Andrade nos anos 90 Com a saída do Fabiano Pimenta a banda tinha um novo tipo de problema pra resolver. Não era um baterista que a gente precisava, agora era um guitarrista. Não deu tempo de achar ninguém, os shows continuavam e a gente não queria perder nada. Pintou um show no Victoria Pub, no bairro dos jardins em São Paulo. As bandas de trabalho próprio tocavam no porão da casa, na parte de cima tocavam bandas de covers mais clássicas. Assim as bandas tinham que levar seu público. Lembro de ter assistido naquele mesmo porão uma banda estreando em São Paulo que gostei muito chamada Paralamas do Sucesso. Naquele show das Velhas, quem tocou foi um xará do nosso antigo guitarrista, esse de nome Fabiano Jimenez (o Fabá como era conhecido), que na época tocava com os Anjos dos Becos e hoje é um produtor e músico conceituado. Na plateia do show do Victoria estava Caio Andrade, que viria a ser nosso guitarrista durante muitos anos, mas a gente ainda não sabia. Ele foi com o pai...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - 1986 - Começo das Velhas Virgens e eu era um babaca arrogante

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Cavalo e Paulão em cima, Celso e Rick Primeira formação das Velhas Virgens Foi um ano depois do primeiro Rock in Rio. Nesses meados dos anos 80 muita coisa acontecia. Abertura política, diretas já, morte do Tancredo, bandas de rock pipocando de toda e qualquer garagem pelo país inteiro. O rock tinha assumido o protagonismo entre os ritmos musicais variados no Brasil. Havia muito dinheiro correndo das gravadoras para os meios de comunicação. Uma forma absolutamente institucionalizada de corrupção cultural que já vinha de décadas. Alexandre Cavalo nos anos 80. Pouco tempo antes (acredito que 83 e 84), no SESC Pompéia, tinha o Fábrica do Som, era o lugar para ver todos os shows legais. De Itamar Assunção a Premeditando o Breque, de Arrigo à Língua de Trapo. Ultraje, IRA!, Inocentes, Titãs e tantas outras bandas. Acho que me formei em rock nesse tempo. Ia no cinema ver o The Wall, Rock Horror Show, The Songs Remains the Same, Tommy, numa semana que era dedicada aos musica...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - B.U.C.E.T.A. , uma música que é uma novela

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Há muito tempo atrás, numa galáxia muito distante, começo dos anos 90 do século passado, Paulão apareceu com essa música. Antes de contar o que aconteceu naquele dia e suas consequências, quero explicar algumas coisas a respeito das palavras. A palavra “buceta” não existe. Uma vulgarização da palavra correta que é “boceta”, que tem um monte de significados e vem do latim vulgar “buxis” que quer dizer caixinha. Boceta pode ser uma caixinha oval ou perfumada. Pode ser caixa de rapé. Pode ser um aparelho de pesca. E no Brasil também é o nome vulgar da vulva. Boceteira é a vendedora ambulante de miudezas e rendas. Mas a que eu mais gosto é “Boceta de Pandora”. Uma interpretação um tanto livre, sugere uma caixa que contem a curiosidade, mas que é melhor mantê-la fechada. Pandora “a que possui todos os dons” foi a primeira mulher criada por Zeus. A mitologia tem muito a nos ensinar. Não vou contar a história toda, você pode ler se quiser, tem em qualquer lugar. Mito de Pan...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - Tudo tem um começo

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Em 1983 eu era um garoto de 14 anos que já tinha comprado os seus primeiros discos de rock. A verdade é que disco era caro pra caralho e eu tinha dois que ouvia a exaustão: The Game do Queen e o Led IV. Meu pai ouvia Edu Lobo, Tom e toda aquela rapaziada da Bossa Nova. Nunca gostou muito de rock. Ele não entendia muito bem esse meu lado mas deixava o filho a vontade. Eu estudava violão erudito naquela época. Ouvir rock'n'roll era a única transgressão que eu fazia. Ia bem na escola (já ouviu dizer que muitos músicos são nerds? Pois é. Verdade!) Foi nesse ano que fui assistir ao primeiro show do Kiss no Brasil e isso mudou definitivamente minha vida. Eles vinha fazer a tour "Creatures of the night" - clip que eu assistia sem parar nos raríssimos programas de música na TV (vida pré MTV). O que vi e ouvi naquela noite foi um experiência que tento buscar até hoje nos shows. Sai do estádio certo que eu devia montar uma banda de rock. Mas como fazer um espetácul...