CARNAVELHAS 2 (2010) - Um "chopes" e Dois "pastel", uma homenagem a São Paulo e Adoniran.
Encarte do CD, design da Ju Vechi e ilustração de Ale Montandon. |
Chegou a vez de um disco polêmico entre os fãs, porém foi
nosso maior sucesso de crítica. “Carnavelhas 2 – Do Love Story até a Av São
João” é uma continuação natural do nosso trabalho carnavalesco, a diferença é
que esse teve uma produção e seleção de repertório esmerada. A ideia era fazer
um disco em homenagem a São Paulo, cidade onde nascemos e com inspiração
descarada em Adoniran Barbosa. Acredito que atingimos os objetivos. Considero
esse disco, junto como “Ninguém Beija Como as Lésbicas”, nossos melhores
trabalhos no conjunto. Um disco pra ouvir inteiro, que conta nossa trajetória
misturada com a história da cidade. Tentamos colocar tudo e todos os lugares
importantes pra gente nessas músicas e, Paulão e eu, ralamos muito para fazer
melodias boas, coroadas com arranjos inspirados do Paulo Anhaia. Sambas,
marchas, rocks misturados, bossa, gafieira, enfim um caldeirão de ritmos que a
gente queria trabalhar fazia tempo, mas não dava dentro dos discos “de linha” das
Velhas. O Carnavelhas nos deu abertura pra fazer isso e muito mais. A gente
colocou milhares de referência e, principalmente, chamou um monte de convidados
pra cantar em duetos com o Paulão. Adoniran aparece sampleado em “Um Chopes e
Dois Pastel”, uma brincadeira linguística divertidíssima que inclui até o
Professor Pascoale. “DNA de Malandro” é um samba metido a gafieira com a
participação do Nasi (IRA!) cantando e fazendo uma espetacular orquestra de
assovio. Laert Sarrumor do “Língua de Trapo” canta e encanta na marcha “Nos
Bares da Vila Madalena”. “Feijuca na Madruga” contou com a presença luxuosa de Wandi
Doratiotto do "Premê". “Em Tese” tem Roger do Ultraje e Paulo Miklos (Titãs) canta o samba
enredo “Adão e Eva”.
Paulo Miklos com os filhos do Tuca Paiva no estúdio. |
Que time que a gente conseguiu para esse disco! Deixou-me
muito orgulhoso. Gravar o “Carnavelhas” sempre foi muito fácil e sem grandes
tretas. Entro no estúdio com o Paulo
Anhaia fazemos uma pré e depois é só ir cobrindo. Gravar as vozes foi
divertido, tinha esse monte de convidados e todos foram gentis e atenciosos. Os
resultados foram várias críticas muito positivas na imprensa e um disco que
teve vida longa. Alguns fãs gostam e outras não, mas isso é do jogo. Cada um
sabe da sua vida e nós sabemos da nossa. A verdade é que essa mistura de rock
com carnaval é uma das coisas que gostamos de fazer e vamos continuar por muito
tempo. Temos até um bloco de Carnaval e parceria com trio elétrico pra colocar
nossas marchinhas na rua. Carnaval é um evento de liberdade e diversão e isso
está no cerne da banda. Há quem goste e há quem não, no final das contas o que interessa é que a gente se diverte e a diversão é grande parte do cachê!
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