COBAIA 09 (Setembro de 2024) O livro “Cobaia 09” é uma reflexão sobre desigualdade de gênero a partir da sensibilidade empática de uma bartender. Lançado pela Caravana Grupo Editorial, apresento um livro sobre saúde mental e a importância dos laços afetivos para uma mulher lutando por sobrevivência. Estela é uma bartender talentosa que faz drinques capazes de oferecer exatamente o que o cliente precisa no momento. Mas esse excesso de empatia cobra um alto preço para a garota, que é sensível como ninguém às emoções alheias. Uma bartender especial Trabalhando no Sensitive Bar, Estela não apenas oferece drinques personalizados para seus clientes, como desfaz simbolicamente a barreira de seu balcão ao se envolver profundamente nos conflitos e sentimentos de quem está do outro lado. Seja ao evitar que um conhecido tire a própria vida ou para encantar involuntariamente uma jornalista curiosa e experiente, Estela usa “poder”, mas não passa ilesa por ele. A capacidade de “absorver” os
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Escrevendo e vivendo
O Palhaço e a Polícia
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O rapaz insistia em dizer às autoridades - enquanto lhe aplicavam a famosa “geral” - que seu trabalho era ser palhaço. Cada vez que repetia o nome ingrato da sua profissão levava um tabefe. Eram tapas sortidos, vinham iguais aos bombons em caixas de chocolate. Tinha para todos os gostos. Bolachas, cascudos, pés d’ouvido, lapadas, bofetões, sopapos, até um “pedala Robinho”, nosso artista levou. Entendeu um pouco tarde que, para evitar a “massagem”, executada de maneira exemplar pelos policiais, não podia proferir a palavra “palhaço”, e o palhaço em questão, teria que mudar sua profissão. Nosso herói apanhou sob os apupos de uma distinta plateia de desocupados que se dividiam entre tomar as dores do “pobre palhaço” ou ficar do lado da autoridade devido aos desacatos do “palhaço abusado”. Enfim, uma palhaçada. Como podemos notar, uma única palavra pode causar polêmica semântica, intolerância interpretativa e contusões corporais. O caso do nosso
"O BAR ME CHAMA" (2020) - Uma pandemia entre as Velhas e o bar!
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Ilustração e Design de Ju Vecchi Ouça disco completo Chegou a hora de fechar as histórias das Velhas, contadas através dos discos. Uma longa jornada de mais de 30 anos. Começando nos anos 80 e só dando uma pausa nessa pandemia. Nesse intervalo lançamos duas coletâneas, uma com o melhor do Carnavelhas, " Do Jeito Que O Diabo Gosta ", somente no digital e outra com as nossas baladas e blues mais chorosos, " Correndo Pra Encontrar O Meu Amor ", em digital e físico. Ilustra de Weberson Santiago e Design de Ju Vechi Em meados de 2019, a turnê dos 30 anos estava chegando ao fim e iniciamos as gravações do um disco novo. Fazia muito tempo que não entravamos em estúdio pra fazer um álbum completo, apenas nos reunimos para regravações de duas músicas para nosso bloco de carnaval: “ Tromba do Elefante ” e “ Moreninha Linda ”. Ilustração e Design de Ju Vechi Foto de Rafa Rezende e Design de Ju Vechi E também a regravação de “ Retalhosde Cetim
“AO VIVO NO LOVE STORY” – 30 Anos no puteiro! (gravado em 2016, lançamento 2017)
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Como eu disse no capítulo anterior, o ano de 2015 estava acabando e a banda junto com ele. Tudo parecia caminhar para um desfecho pouco glorioso de uma longa carreira quando a Ju Kosso veio conversar comigo. A ideia era achar outro empresário e tentar fazer algo grandioso para os 30 anos de banda que se aproximava. Me deu o telefone de um empresário de Jundiaí que trabalhava com alguns artistas grandes. Agradeci, mas não dei muita atenção. A gente estava tão acostumado a ouvir nosso antigo empresário menosprezar o trabalho da banda que não achávamos possível que houvesse interesse. Cansou de dizer que as Velhas era uma banda muito difícil de vender, que o trabalho era indigesto demais, que a gente só existia porque ele conseguia fazer o “impossível” com o que tinha na mão. Estávamos com a autoestima tão em baixa que nem nos perguntávamos “se o negócio era tão ruim porque não largava?” Isso servia também pra algumas pessoas que passaram pela banda, ficaram um tempo grande e depoi
GARÇONS DO INFERNO (Coletânea) Em 2015 a banda estava morrendo e eu podia sentir os Garçons do Inferno vindo nos buscar
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Os 30 anos das Velhas ia se aproximando e a banda estava em franca decadência. Duro dizer que em 2015 parecia que havíamos chegado ao final do ciclo. Capa do "Garçons do Inferno" - Arte de Weberson Santiago e design Ju Vechi Acredito que passar mais de 25 anos emendando turnê atrás de turnê, sem nunca tirar férias, sem parar de gravar, enfim sem parar de trabalhar, tenha minado as forças da banda, tolhido nossa criatividade. A gente envelhecia e a força física não era a mesma. Não me entendam mal. Fizemos o que podíamos, porém não tirar férias, não ficar um pouco longe um do outro tinha desgastado nossas relações como banda e amigos. Sem grana e sem a amizade de antes seria impossível continuar. Sempre achei que, ao chegar aos 30 anos de carreira, a gente teria prestígio e grana pra fazer um puta álbum novo e renovado, alguma coisa muito foda, louca e artística. A verdade é que chegávamos nesse ponto da carreira e não havia grana ou prestígio pra fazer merda