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SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA – Um baterista chamado “Lips Like Sugar” - Fim dos anos 80.

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"Lips Like Sugar" No final dos anos 80 a banda tinha acabado. O legado era uma demo com músicas mal gravadas e muitas brigas. Rancores de todos os lados, frustração dos anos perdidos. Quando a poeira baixou, Paulão e eu marcamos de conversar, éramos amigos, não havia motivo para não nos falarmos. Estava difícil ficar sem tocar, então resolvemos voltar como uma dupla de violão, voz e gaita. Na primeira apresentação choveu tanto que tinha um rio passando no meio do bar com a plateia recorde de duas pessoas. Quando parecia que havia chegado ao fundo do poço a gente dava um jeito de cavar e afundar ainda mais. Nesse momento doloroso apareceu uma solução paliativa – que viria a se tornar definitiva – de onde eu menos esperava. Maurício Nóbrega, amigo da faculdade (sim nós fomos pra faculdade!) falou que tinha um baterista pra tocar com a gente. Marcamos um ensaio. Mario “Lips Like Sugar” Sérgio, apareceu para um ensaio e levou junto Fabiano Pimenta. Eles tocavam numa banda...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - O roubo de um pedal põe fim na banda. VELHAS ANOS 80

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Depois de muitos bateras (mais de dez passaram pela banda) encontramos uma dupla. Fabiano estudava comigo na FAAP e tocava guitarra muito bem. Tinha um amigo batera que também chamava Ricardo. Mudamos a banda para um quinteto e o Paulão começou a tocar gaita. Quando isso acontecia eu ia para o baixo. Hoje é banal, mas na época foi uma solução interessante. Essa formação durou uns poucos meses e rendeu a gravação de Selvagem do Asfalto, música que iria entrar, anos depois no nosso segundo disco. Logo os dois músicos viram que não dava pra continuar com a gente e saíram. Ricardo foi passar um tempo fora e Fabiano hoje é um grande artista plástico e continua tocando guitarra muito bem. Infelizmente não temos fotos deles nessa época. Selvagem do Asfalto - Música do Paulão gravação de 1989 Me lembro de um show no Blue Note na Zona Sul de São Paulo que foi marcante. Celso deixou o palco sob poucos e frios aplausos. Paulão iria finalizar o show cantando uns blues. Quando ele co...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - GRAVAÇÕES RUINS E VOVÓ NO PALCO

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Cavalo, Rick e Paulão em show no Madame Satã (1988) Ainda com o Rick na bateria nós gravamos uma demo de oito músicas pra mandar para as gravadoras. Na minha cabeça era uma última chance para as Velhas Virgens. Estava vendo a mesma coisa que o Rick (batera). Andávamos em círculos cada vez mais concêntricos. Logo chegaríamos a lugar nenhum. O lance é que o único ali com dinheiro e estabilidade financeira para bancar um estúdio era o Celso (vocalista e irmão do Paulão). Ele é dentista e trocou um tratamento dentário dos dois produtores pela gravação das músicas. Tenho que admitir que, apesar de achar o Celso um equivoco como vocalista, fui levando e usando a participação dele na banda, enquanto me interessava. Foi bastante cretino da minha parte, mais uma das minhas muitas babaquices. Mas passado não dá pra mudar, só aprender com os erros, fazer as pazes consigo mesmo e andar pra frente. Fazer as pazes consigo mesmo é uma coisa muito nietzscheniana. Gostaria de dizer que conseg...

SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - UMA GAROTA CHAMADA CYNTHIA, PRIMEIROS SHOWS E MUITOS BATERISTAS (ANOS 80)

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Foto da primeira formação das Velhas tirada por Márcia Lima (1988) Uma de nossas primeiras apresentações como uma banda em 1986 foi em um palco grande, montado em cima dos vestiários do Colégio Santo Agostinho, na Vergueiro em São Paulo. Tinha um amigo baterista chamado Fábio que estava anos luz na nossa frente e tocava metal. Ele tinha um equipamento legal e pegou outras coisas de amigos e assim montamos um espetáculo para o colégio. Foi um dia de muito trabalho. As duas bandas tocaram e a galera curtiu os shows e a festa. Um pequeno festival. Os padres e diretores da escola não ajudaram, também não atrapalharam. Hoje vejo que foi um ato de confiança da parte deles. Nos deram a chance de sermos um pouco independentes correndo o risco de alguma encrenca. Talvez eles tenham pensado que aquilo podia, de alguma forma, ser didaticamente bom pra gente. E tudo correu bem para alivio dos padres e professores. Todos sabem que para banda iniciante é muito difícil arrumar shows. A gente pa...