SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA – Moral e Prostituição
Quando eu era criança, tanto a moral quanto a prostituição eram separadas por grossas linhas divisórias. Eu podia não conhecer essas palavras exatamente como são, mas minha pouca idade já me permitia saber distinguir muito bem o que era certo e o que era errado. Eu estudava para ir ao seminário. Tinha uma consciência muito rígida do bem e do mal. Quando comecei a crescer é que esses conceitos ficaram embaralhados. A linha divisória foi ficando cada vez mais tênue. Na faculdade eu roubava livros e HQs em bancas e livrarias para poder ler algumas coisas que precisava e não tinha dinheiro pra comprar. A moral começou a ficar de cabeça pra baixo. Sobre prostituição é melhor nem falar! Não precisei vender o corpo, mas fazia quase tudo pra ganhar uma grana que ajudaria a pagar a faculdade. Minha família viva um período difícil (nem tão difícil assim, reconheço, nunca passei fome). O lance é que se não tivesse prostituído meu trabalho não teria completado os estudos. Escrevia roteiros ...