CARNAVELHAS 3 – BEBADORISO (2012) – Andreas Kisser, Pepeu, Frejat, Nuno Mindelis, Clemente e Luiz Carlini são convidados pra tocar e... Aceitam!!!


O Carnavelhas 3 (Bebadoriso) foi lançado em 2012 e, apesar das participações geniais de guitarristas como Andreas Kisser, Nuno Mindelis, Pepeu Gomes, Frejat, Luiz Carlini e Clemente Nascimento, foi recebido muito friamente pela crítica que havia gostado muito do carnavelhas anterior. Creio que o novo disco já não era uma novidade. Tem ótimas músicas e é um trabalho excelente homenageando os muitos humoristas brasileiros e seus personagens, porém pareceu mais do mesmo.

Ilustração de Weberson Santiago e Design de Ju Vechi
No disco de carnaval anterior a gente havia chamado cantores pra participar. Nesse chamamos vários guitarristas. A galera do rock adora esses projetos fora da curva e fizeram ótimas linhas de guitarras e solos carismáticos, cada qual mostrando bem seu estilo.
Foi um álbum bem tranquilo de gravar, com muitas parcerias entre o Paulão e pudemos trabalhar diversos ritmos que a gente curte, mas que não gravamos nos discos de linha das Velhas Virgens. Sambas, marchas, bossa, hino carnavalesco, forró e até um frevo fazem parte dessa mistura, há quem aprove, há quem torça o nariz. Enfim, não devemos nada pra ninguém, então foi do jeito que sempre fizemos, sem pedir licença nem desculpas.
Vou começar pela participação do Andreas Kisser fazendo um solo bem ao seu estilo metal dentro do samba “PRO SAMBA CONTINUAR”. Ficou animal. Colocamos umas baterias pesadas e outras loucuras e o Andreas foi a cereja do bolo.


O frevo “PROÍBE QUE EU GOSTO” com franca inspiração (ou talvez até um pouco de imitação) nos riffs famosos dos frevos de Olinda, ficou por conta de Pepeu Gomes. Impressionante como ele faz as dobras de linhas de guitarra em terça e quinta com a maior facilidade do mundo. Nem precisa contar os intervalos. Sai tocando. Puta ouvido bom.


A marcha “COMO ZÉ BONITINHO”, com tons de rock e um certo peso no refrão foi para Luiz Carlini resolver com sua guitarra rock’n’roll.


Roberto Frejat, para nós uma lenda, nos honrou com sua guitarra simples e direta em “SINDROME DA VELHA SURDA”. Cirúrgico, o ex-guitarrista e líder do Barão Vermelho foi ao ponto sem firulas.


“NO BANCO DA PRAÇA” é outro samba no disco com guitarras diferentes. Foi a vez do Nuno Mindelis dar um toque blues na música. Ele é mestre, além de uma pessoa de uma gentileza absurda.


 Por último, mas não menos importante, Clemente Nascimento, vocalista dos Inocentes e do Plebe Rude, que aqui empresta sua guitarra punk rock para o reggae “BALANÇA MAS NÃO CAI”. O mais legal foi ver como Clemente ficou feliz em tocar guitarra em um disco. Ele disse que só o chamavam pra cantar. E o cara mandou muito bem.


A ilustração da capa ficou por conta do Weberson Santiago e o design do projeto é da Ju Vechi com nossa clara homenagem ao maravilhoso disco Bebadosamba de Paulinho da Viola.
Homenagens e citações não faltam nos Carnavelhas. Só que vocês vão ter que ouvir e procurar. Eu é que não vou estragar nada!

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