COM A CABEÇA NO LUGAR (2003) - ERA TANTA BEBIDA QUE A GENTE NÃO LEMBRAVA ONDE TINHA DEIXADO A PORRA DA CABEÇA!



No começo de 2003, depois de uma pré-produção longa, começamos a gravar o que seria nosso quarto disco de estúdio e o segundo totalmente produzido pela nossa gravadora Gabaju Records. Fizemos uma pré na casa do Lips, nosso baterista na época, em Guarulhos sem a presença do Paulão. Foi uma decisão de todo mundo. Paulão detesta ensaiar então ele e eu passamos todas as músicas com a banda, escolhemos o repertório e acertamos o que queríamos de cada música. Os arranjos finais foram feitos sem a presença do vocalista.
Entre o final da pré e o começo das gravações aconteceu um fato triste. Cláudia Lino e Lips tiveram uma briga muito feia que nos levou a tirar nossa vocalista da banda. Devo dizer que me arrependo profundamente dessa decisão. Devia ter me esforçado mais para contornar a situação e o que se seguiu depois aumentou ainda mais esse peso. A substituta na época era a Roberta que ficou por pouco mais de um ano na banda e também saiu. Suas gravações no disco são sofríveis. Eu queria colocar alguém pra cantar na gravação e ela faria os shows, mas Fabinho e Paulão acharam que dava pra levar. O resultado não é bom. Tanto que, 14 anos depois, regravamos as duas músicas com a Ju Kosso. O disco foi gravado no Magic Estúdio como Fábio Haddad de produtor!


Considero um disco bem produzido com as ressalvas acima, de boa sonoridade. Porém é um disco de transição. A banda começava a mudar. O título “Com a cabeça no lugar” não diz exatamente o que a gente estava passando na época.
Pegamos um ônibus (o motorista chamava-se Toninho e benia mais que a gente) e saímos tocando em todos os lugares. Nosso empresário na época era Marcus Nisticó e ele dizia que não íamos ganhar muito por show, mas no final do mês todo mundo teria salário. Foi uma época doida em que entrávamos no ônibus na quarta e só voltávamos no domingo. Tenho que confessar que tenho bem poucas lembranças dessa época. Era muita bebida, aditivos e outras coisas. A gente vivia ou louco ou de ressaca, não tinha meio termo. Não posso garantir, mas deve ter sido bom.

Comentários

  1. Se observarem a capa, vão ver acima da minha cabeça, à direta de quem olha, um fio de cabelo mais grosso... na verdade, não é cabelo e sim a lateral do biquíni, um cordão, que a moça soltou na hora da foto para sugerir que estava nua e que minha nuca tocava sua "florzinha" (pepeca para a Globo e Buceta pras VV)... ela era modelo de pernas... era linda mas tinha uma cicatriz no rosto que, na minha opinião, só humanizava sua estonteante beleza loira...Caio e Fabinho se internaram no estúdio e as guitarras tiveram timbres variadíssimos... como não participei dos ensaios, tive que me virar pra sacar as linhas melódicas... Se Deus não quisesse era pra ser mais Motorhead na minha cabeça, mas Cavalo foi numa onda mais punk a billy... funcionou... Enfia ni Mim é um comentário sutil contrapondo intelectualidade a trepada selvagem...DJ é nosso tratado de amizade com representantes da musica eletrônica... uma vez tocamos numa festa e os DJs locais, indignados, foram embora... o povo teve que pegar cds nos carros e a festa continuou... que linha de baixo do Tuca... Todo mundo Loko é meio política... Um Homem lindo é biograficamente clássica... Correndo pra encontrar o meu amor é uma declaração de amor de quem está na estrada pra amada que ficou em casa... Vamos viver no bar é uma prece... Prostitua é uma boa ideia, cheia de cinismo, mas destruída pela interpretação... Cunhadinha é A Vida como Ela é, do Nelson Rodrigues...Marcia e Amanda, com guitarra hecatombica de Fabio Brum (Bêbados Habilidosos e Saco de Ratos) é sonho de uma noite de verão com duas bailarinas do SBT (uma delas hj casada com um sertanejo famoso)... Pane Seca (mais AC/DC impossível) é um acontecimento entre minha esposa e eu, com o carro parado na via... ela dizendo que não era falta de combustível...e era.. Fernando Pessoa Blues é uma ode ao poeta português e uma declaração de orgulho loser... E Quase Famosos uma constatação cheia de lirismo que teve alguns versos escritos por Glauco Chaves (Viuva Negra, Rock na Teia)... Uma musica povoada de nostalgia...Que puta disco!

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  2. Um dos grandes discos de estúdio da banda. Remotas circunstâncias trazem maturidade.

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  3. Uma simples curiosidade: porra, como é que tu não fala da breve passagem da Guti Schwantes, que durou apenas a época deste cd? Pô, Cavalo! Eu q curto velhas desde 1900 e guaraná com rolha lembro muito bem dela, que foi antes da Lili... fala-se de Cláudia Lino, da Juju Kosso... mas, da Guti ainda mais que só durou à época do cd deste post merecia alguma vaga lembrança
    foi mal Cavalo, gosto mto de tu e da banda, mas foi pisada de bola ae
    abs
    Rodrigo

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  4. cavalo li esse txt e posso garantir o seguinte: lembro do com a kbça no lugar quando saiu, ouvi feito loko e ainda curto, mas como disse o cara ae, lembro da guti na epoca desse cd, e falar desse cd sem falar da guti eh apagar ou ignorar um pedaço importante de uma stória

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