SOBREVIVENDO NA INDEPENDÊNCIA - B.U.C.E.T.A. , uma música que é uma novela

Há muito tempo atrás, numa galáxia muito distante, começo dos anos 90 do século passado, Paulão apareceu com essa música.
Antes de contar o que aconteceu naquele dia e suas consequências, quero explicar algumas coisas a respeito das palavras.
A palavra “buceta” não existe. Uma vulgarização da palavra correta que é “boceta”, que tem um monte de significados e vem do latim vulgar “buxis” que quer dizer caixinha.
Boceta pode ser uma caixinha oval ou perfumada. Pode ser caixa de rapé. Pode ser um aparelho de pesca. E no Brasil também é o nome vulgar da vulva.
Boceteira é a vendedora ambulante de miudezas e rendas.
Mas a que eu mais gosto é “Boceta de Pandora”. Uma interpretação um tanto livre, sugere uma caixa que contem a curiosidade, mas que é melhor mantê-la fechada.
Pandora “a que possui todos os dons” foi a primeira mulher criada por Zeus.
A mitologia tem muito a nos ensinar. Não vou contar a história toda, você pode ler se quiser, tem em qualquer lugar.
Outra palavra que é usada na música na sua forma vulgar é “fuder”. O correto é foder e todo mundo sabe o que significa.
Se você olhar para o significado das palavras e pensar sobre a música, podemos tirar muitas conclusões diferentes, de acordo com a orientação sexual, religiosa e até política de cada um.
Aqui vai uma e não peço que concordem comigo, é só um jeito de pensar.
A boceta, sendo uma caixa, provoca curiosidade e o ser humano é curioso por natureza. Mas também provoca o medo do desconhecido que está dentro dela. A boceta é desejada e ao mesmo tempo temida. Inclusive por ser o final do canal por onde nascemos. Também uma palavra maldita dentro da língua portuguesa. Não é de bom tom sair por aí falando Buceta, buceta, buceta como fazemos em shows! Ela encerra mistérios e medos profundos do ser humano.
Filosofias à parte, voltamos à vaca fria. Paulão trouxe a música e, falo por mim, achei que era demais até pra nós. Se alguém ia se “fuder” com a música seria a banda, pensei com meus botões e depois em voz alta. O Paulão nos convenceu a tocar pelo menos uma vez pra ver no que dava. Muito a contragosto concordamos. Estreamos a música no Garage Rock, uma casa de shows famosa que ficava no bairro de Pinheiros em São Paulo. Devia ser 1992 ou 1993.
Tocamos e não é que ninguém mandou matar a gente? Houve uma estranheza inicial no primeiro refrão, no último já estava todo mundo gritando a plenos pulmões à palavrinha mágica.
Para confirmar minha afirmação de que podemos interpretar a música de muitas formas hoje quem canta nos shows e no DVD é a Juliana Kosso. Uma mulher cantando essa canção é muito diferente de um homem e pode ser vista com outros olhos.

Enfim, essa música acabou norteando muito do que as Velhas Virgens viriam a fazer depois. Se isso é bom ou ruim, se é isto ou aquilo cabe a cada um ter sua própria opinião e podemos concordar ou não, desde que com respeito e sem censura. Se não quiser ouvir não ouça, se não gostar não censure simplesmente, diga o porquê com informações e com argumentos racionais. Informar é sempre melhor que censurar. Ajuda no crescimento pessoal e ninguém é obrigado a concordar ou ter a mesma opinião do outro. Só respeito já é de bom tamanho! 

Comentários

  1. Minha banda de cabeceira! Tem amor ao bar.... as mulheres....à cerveja! Tem dor de corno. .. amor a vida de solteiro... pau no meu meu cu...foi eu quem escolho vc! Tem até amor à aquela filha da puta que não te valoriza!
    Paulao do Celso Portolli é pica das galáxias! Mestre em transformar o dia de casados, solteiros e punheteiros em poesia rock'n roll tupiniquim de alta qualidade e principalmente, independente! Parabéns Magrão pelo sucesso independente do apoio da mídia, de gravadora e distribuidoras! Ontem vc acabou comigo...na última partida de bilhar....b u c e t a...Vale uma milha...Assim ela dá. ..e pau no meu cu ..foi eu quem escolhi vcs !!!

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  2. Ratificando...Parabéns Magrão pelo sucesso independente sem o apoio da mídia, de gravadoras e distribuidoras! E bjao pra Ju Kosso... essa cantante foda pra caralho que representa demais! Amiga das antigas....dos tempos de...deixa pra lá! Kkkkkkkk! Méritos de todos da banda!

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  3. Esta música vcs tocaram aqui na minha cidade Ituporanga sc (festa da cebola) foi um orgasmo total!!!

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  4. Para falar sobre buceta, está palavra tão versátil, logo me vem a cabeça outra música, que diz, tudo o que a gente faz é para comer alguém. Se você fazer um bland com estas duas canções, temos quase que uma explicação a inquietude do ser humano. Pra finalizar adiciona-se neste caldeirão de bucetalidades a canção de bar em bar pela noite, atras de cerveja e mulher. Estas foram as canções que sintetizam meu rolê por muitos anos. Tudo isso me lembrou um ex namorada que tinha corrimento, que e salgadinho, kk, mas deixa queto.

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